terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A POLÊMICA NOVA REFORMA ORTOGRÁFICA


Você certamente vai se lembrar da reforma ortográfica com regras válidas desde janeiro de 2009 e que deverá, ou deveria, ser implementada em todo o país a partir de janeiro de 2012. Assunto desse tipo é sempre uma questão polêmica, ainda mais quando se trata de uma língua como a portuguesa falada em oito países. Aceitando o conceito de língua como um feixe de variantes socialmente construídos (BAGNO – 2000), ai a coisa complica mais ainda. Significa que a língua não é homogênea, mas heterogênea, isto é, a mesma língua é diferente dependendo de onde, de quando e por quem é falada. São as variantes diatópicas e diafásicas da língua.
Alunos já me perguntaram porque não se escreve como se fala a língua, onde houvesse som /Z/ seria grafado com z, onde houvesse som /s/ seria grafado com s, pronto. Resolveria o problema de escrita de muita gente. A questão não é tão simples assim. Primeiro porque a escrita não é uma representação da fala, ambas são modalidades diferentes de se produzir textos, cada uma com suas regras próprias. Se assim fosse feita a reforma, levando em conta a fala, veja uma situação corriqueira em uma borracharia, coisa que presenciei muito na minha infância, um bom caminhoneiro gaucho chega a um borracheiro e diz: “Ô bôracheiro, conserta o pneu da minha careta”. Um bom carajaense diz: Burracheiro, conserta o pneu da minha carreta”. Veja que a fala não pode servir de parâmetro para a ortografia.
Segundo matéria publicada no site http://www.reformaortografica.net/  “O novo acordo ortográfico da língua portuguesa ainda encontra resistência especialmente por conta das dificuldades criadas e pelo que se pode chamar de incoerências. Por conta dessa polêmica toda, a senadora Ana Amélia (PP-RS) vai solicitar que a Comissão de Educação do Senado (CE) promova no início de 2012 uma audiência pública sobre o novo acordo.
Veja as principais mudanças trazidas por essa reforma publicadas no endereço citado.
·         O Acordo inseriu mais três letras no nosso alfabeto. Ao invés de 23 letras, agora o alfabeto conta com 26, com a incorporação do K, W e o Y.
·         Com a Reforma Ortográfica, o trema – sinal de dois pontos usado em cima do u para indicar que essa letra, nos grupos que, qui, gue e gui, é pronunciada – é abolido e deixa de fazer parte da língua portuguesa. O sinal só é mantido em nomes próprios de origem estrangeira e nos seus derivados.


Não se usa mais os acentos:

1.Ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (com acento tônico na penúltima sílaba).
ANTES
AGORA
alcalóide
alcaloide
alcatéia
alcateia
andróide
androide
apóia (verbo apoiar)
apoia
apóio (verbo apoiar)
apoio
asteróide
asteroide
bóia
boia
Coréia
Coreia
celulóide
celuloide
clarabóia
claraboia
colméia
colmeia
estréia
estreia
Européia
Europeia
heróico
heroico
idéia
ideia
jibóia
jiboia
jóia
joia
paranóia
paranoia
platéia
platéia
Obs: As palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis continuam sendo acentuadas.
Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
2. No “i” e no “u” tônicos das palavras paroxítonas quando vierem depois de um ditongo.
ANTES
AGORA
baiúca
baiuca
bocaiúva
bocaiuva
cauíla
cauila
feiúra
feiura
tuiúca
tuiuca
Obs: Já nas palavras oxítonas, quando o “i” ou o “u” estiverem em posição final ou seguidos de “s”, o acento agudo permanece.
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
3. No “u” tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.
4.  Nas formas verbais terminadas em guar, quar e quir, quando forem pronunciadas com “u” tônico.
Exemplo:
verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.
Já se os verbos terminadas em guar, quar e quir forem pronunciadas com o “a” ou “i” tônicos é necessário utilizar a acentuação.
Exemplo:
verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.
Utilizado para permitir a identificar as palavras que têm a mesma pronúncia (homófonas), o acento diferencial também é abolido com a reforma ortográfica.
Deixam de acentuadas palavras como:
- pára (do verbo parar)/para (preposição);
- pêra (substantivo)/pera (preposição)
- péla (verbo pelar)/ pela (junção de preposição e artigo)
- pêlo (substantivo/pelo (do verbo pelar)
- pólo (substantivo)/polo (junção de por e lo)
Exemplos:
ANTES
AGORA
As crianças gostam de jogar pólo
As crianças gostam de jogar polo
A moça pára o taxi
A moça para o taxi
Ela quis uma pêra no lanche
Ela quis uma pera no lanche
Fomos ao pólo Norte
Fomos ao polo Norte
O gato tem pêlos cinza
O gato tem pelos cinzas
Observação
Duas palavras fogem à nova regra:
pôr (verbo) e pôde (o verbo conjugado no passado) continuam com o acento diferencial.
No caso do pôr é para evitar a confusão com a preposição por. Já o pôde continua com acentuação para não ser confundido com pode (o mesmo verbo conjugado no presente).
Nas palavras fôrma/forma o uso do acento é facultativo.
Utilizado para permitir a identificar as palavras que têm a mesma pronúncia (homófonas), o acento diferencial também é abolido com a reforma ortográfica.
Deixam de acentuadas palavras como:
- pára (do verbo parar)/para (preposição);
- pêra (substantivo)/pera (preposição)
- péla (verbo pelar)/ pela (junção de preposição e artigo)
- pêlo (substantivo/pelo (do verbo pelar)
- pólo (substantivo)/polo (junção de por e lo)
Exemplos:
ANTES
AGORA
As crianças gostam de jogar pólo
As crianças gostam de jogar polo
A moça pára o taxi
A moça para o taxi
Ela quis uma pêra no lanche
Ela quis uma pera no lanche
Fomos ao pólo Norte
Fomos ao polo Norte
O gato tem pêlos cinza
O gato tem pelos cinzas
Observação
Duas palavras fogem à nova regra:
pôr (verbo) e pôde (o verbo conjugado no passado) continuam com o acento diferencial.
No caso do pôr é para evitar a confusão com a preposição por. Já o pôde continua com acentuação para não ser confundido com pode (o mesmo verbo conjugado no presente).
Nas palavras fôrma/forma o uso do acento é facultativo.
O acordo também retirou o acento circunflexo das palavras terminadas em ôo(s) e nas conjunções da terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo (êem)
dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados.
ANTES
AGORA
Crêem
Creem
Dêem
deem
Lêem
leem
Vêem
veem
Prevêem
preveem
Vôo
voo
Enjôos
enjoos
Observação:
A acentuação dos verbos ter e vir e seus derivados não muda. No plural, é mantido o circunflexo (ex: elas têm, eles vêm). Já as palavras com mais de uma sílaba continuam recebendo o acento agudo (Ex: ele detém, ele intervém).
1. Não se usa mais o hífen nos seguintes casos:
- Prefixo terminando com vogal e o segundo elemento começando com as consoantes s ou r. Nessa situação, a consoante tem que ser duplicada.
ANTES
AGORA
anti-religioso
antirreligioso
anti-semita
antissemita
contra-regra
contrarregra
contra-senha
contrassenha
extra-regulamentação
preveem
Enjôos
extrarregulamentação
Observação:
O hífen continua sendo utilizando quando o prefixo termina com r (hiper, inter e super) e a primeira letra do segundo elemento também
Exemplos:
 hiper-requintado, super-resistente.
- Prefixo terminando em vogal e o segundo elemento começando com uma vogal diferente.
ANTES
AGORA
auto-aprendizagem
autoaprendizagem
auto-estrada
autoestrada
extra-escolar
extraescolar
infra-estrutura
infraestrutura
auto-estrada
autoestrada
auto-instrução
autoinstrução
auto-aprendizagem
autoaprendizagem
- Prefixo terminado por consoante e o segundo elemento começando por vogal.
Exemplos:
hiperacidez
hiperativo
interescolar
interestadual
interestelar
interestudantil
superamigo
superaquecimento
supereconômico
superexigente
superinteressante
superotimismo
- Nas palavras que perderam a noção de composição.
Exemplos:
girassol
madressilva
mandachuva
paraquedas
paraquedista
pontapé
2. O hífen é usado nos seguintes casos:
- O hífen continua sendo utilizando quando o prefixo termina com r (hiper, inter e super) e a primeira letra do segundo elemento também
Exemplos:
hiper-requintado
super-resistente
- Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos:
anti-higiênico
anti-histórico
co-herdeiro
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
Exceção: subumano e inábil
- Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.
Exemplos:
anti-ibérico
anti-imperialista
anti-inflacionário
anti-inflamatório
auto-observação
contra-almirante
contra-atacar
contra-ataque
micro-ondas
micro-ônibus
semi-internato
semi-interno
- Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos:
hiper-requintado
inter-racial
inter-regional
sub-bibliotecário
super-racista
super-reacionário
super-resistente
super-romântico
- Nos prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré e pró
Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
- Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos:
amoré-guaçu
anajá-mirim
capim-açu

COM PREFIXOS OU FALSOS PREFIXOS
PREFIXOS
OU FALSOS
PREFIXOS
REGRAS
EXEMPLOS
OBSERVAÇÕES;
SAIBA MAIS
·         Vogais iguais1. Usa-se o hífen quando o prefixo e o segundo elemento juntam-se com a mesma vogal.anti-ibérico,
auto-organização,
contra-almirante,
infra-axilar,
micro-ondas,
neo-ortodoxo,
sobre-elevação,
anti-inflamatório.Mas os prefixos co, pro, pre, re se juntam ao segundo elemento, ainda que este inicie pelas vogais o ou e: coocupar, coorganizar, coautor, coirmão, cooperar, preenchimento, preexistir, preestabelecer, proeminente, propor reeducação, reeleição, reescrita.Vogais diferentes2. Não se usa o hífen quando os elementos se unem com vogais diferentes.autoescola, autoajuda, autoafirmação, semiaberto, semiárido, semiobscuridade, contraordem, contraindicação, extraoficial, neoexpressionista, intraocular, semiaberto, semiárido.Consoantes iguais3. Usa-se o hífen se a consoante do final do prefixo for igual à do iníciodo segundo elemento.inter-racial,
super-revista,
hiper-raquítico,
sub-brigadeiro.Se o segundo elemento começa com s, r.4. Não há hífen quando o segundo elemento começa com s ou r; nesse caso, duplicam-se as consoantes.antirreligioso, minissaia, ultrassecreto, ultrassom.Porém, coforme a regra anterior, com prefixos hiper, inter, super, deve-se manter o hífen:
hiper-realista,
inter-racial,
super-racional,
super-resistente.Se o segundo elemento começa com m, n, comvogais e h, m, n.5. Usa-se o hífen: se o primeiro elemento, terminado em m ou n, unir-se com as consoantes h, m ou n.circum-murado,
circum-navegação,
pan-hispânico,
pan-africano,
pan-americano.Ex, sota, soto, vice6. Usa-se hífen com os prefixos: ex, sota, soto, vice.ex-almirante,
ex-presidente,
sota-piloto,
soto-pôr,
vice-almirante,
vice-rei.Escreva, porém, sobrepor.Pré, pós, pró7. Usa-se hífen com os prefixos pré, pós, pró (tônicos e acentuados com autonomia).pré-escolar,
pré-nupcial,
pós-graduação,
pós-tônico,
pós-cirúrgico,
pró-reitor,
pró-ativo,
pós-auricular.Se os prefixos não forem autônomos, não haverá hífen: predeterminado, pressupor, pospor, propor.O prefixo termina em vogal ou r e b e o segundo elemento se inicia com h.8. Usa-se o hífen quando o prefixo termina em r, b ou vogais e o segundo elemento começa com h.anti-herói,
inter-hemisférico,
sub-humano,
anti-hemorrágico,
bio-histórico,
super-homem,
giga-hertz,
poli-hidratação,
geo-história.A) Mas as grafias consagradas serão mantidas: reidratar, desumano, inábil, reabituar, reabilitar, reaver.
B) Se houver perda do som da vogal final, prefere-se não usar hífen e eliminar o h: cloridrato (cloro+hidrato), clorídrico (cloro+hídrico).
Sufixos de origem tupi
9. Usa-se o hífen com sufixo de origem tupi, quando a pronúncia exige distinção dos elementos.Anajá-mirim,
Ceará-mirim,
capim-açu,
andá-açu,
amoré-guaçu.Este quadro está apoiado nas obras:
BECHARA, Evanildo.
 O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS.
 Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro.
 O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2008.

Leia mais:
 http://www.reformaortografica.net/category/mudancas/prefixos-e-falsos-prefixos/#ixzz1hn3Tx4gu



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